quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Visita ao Palácio da Brejoeira


Neste chuvoso dia, 7 de Outubro de 2010, a turma foi visitar o Palácio da Brejoeira, um domínio de 30 hectares, classificado como Património Nacional desde 1910, em Pinheiros, uma freguesia de Monção. Parece que quase todas as nossas visitas de estudo foram acompanhadas pela chuva. Oh destino!
            Ficamos à espera no átrio largo e espaçoso, rodeado de bonitos azulejos antigos, sentados em cadeiras à volta do hall, enquanto a nossa formadora foi comprar na recepção os bilhetes para a visita.

Passado um tempo, chega Aurora, a guia que nos vai acompanhar e informar durante a visita. Subimos pela majestosa escadaria em direcção ao jardim de inverno, para onde seguimos. Paramos a meio da escadaria que nos levará ao primeiro piso. Tem forma semicircular em ferro, vitrais coloridos e um busto de D. Manuel II, o último rei de Portugal. A nossa guia começa ali a contar a história do Palácio:    "começou a ser construído no século XVIII, por Luís Pereira Velho de Moscoso, um cavaleiro da Ordem de Cristo. As obras prolongaram-se até 1834, 28 anos após o seu início, em 1806, ou seja, durante as Invasões Francesas e os anos imediatos à restauração do reino após o regresso da corte que se tinha deslocado para o Brasil. Quando a construção foi concluída já estava à frente da casa Simão Pereira Velho de Moscoso, filho do fundador. Após a morte do morgado da casa, passou, em 1901, para as mãos de Pedro Maria da Fonseca Araújo, que efectuou algumas obras no palácio e no parque, sob a direcção do arquitecto Ventura Terra. Monumento nacional desde 1910, este palácio tem uma planta em L com duas grandes fachadas e três torreões. 600 Contos de réis, foi quanto custou, em 1937, a Francisco de Oliveira Paes, um industrial de Lisboa, o palácio para oferecer à filha. Hermínia Paes lembra-se como se fosse hoje: «Estávamos na capela, de visita, e o Pedreira, o empregado, aproximou-se de mim com uma almofada de veludo encarnado com um anho em cima e a chave do palácio. Disse-me: 'Aqui tens, minha filha, a chave da tua casa'»,



Subimos ao primeiro andar deste sumptuoso palácio seguindo a escada iluminada com gigantescos candelabros. Entramos na biblioteca, que dá acesso a amplos salões dispostos em sequência, e onde encontra-se uma vasta compilação do Diário de Lisboa e do Diário do Porto, este último de 1834, ainda do tempo do primeiro proprietário, um anuário histórico de 1822, e mais coisas raras."A Universidade do Porto vai catalogar tudo para posterior recuperação, digitalizar e criar uma base de dados", conta Aurora. O tecto assim como dois outros, o do átrio e o da sala de armas, são de origem. A mobília é de estilo oriental. Na sala dos retratos, onde está Hermínia Paes, aos 18 anos, o Marquês de Pombal e D. Maria II, o papel de parede foi todo pintado à mão, tal como os frescos do teto. O mobiliário é de estilo império. Ao lado fica a sala do rei, onde além do trono há um retrato de D. João VI. Há algumas peças de loiça Ming. Na sala de fumo, onde os nobres vinham fumar depois do jantar, encontramos mobiliário de estilo oriental com cisnes, o cisne sendo signo de poder para a nobreza, e mais peças de loiça Ming. Uma imensa mesa de vinte e oito lugares na sala de jantar deixa imaginar a grandeza antigamente. Tem ali pratas orientais. O tecto é pintado e não de madeira como pode parecer. Em cada ponta da sala há uma chaminé. A história diz que Salazar e Franco passaram no Palácio e que queimaram papéis em cada uma das chaminés. No quarto real ainda se podem observar os chinelos do monarca, a cama de dossel e o tecto pintado com elementos vegetais. Acabamos essa parte da visita com a sala de armas onde se encontram armas tradicionais africanas. Saímos pelo jardim, mas como estava a chover, não fizemos a visita do exterior. Seguimos pela capela onde as famílias assistiam aos serviços religiosos no primeiro andar, o ultimo andar sendo para os criados que só podiam ouvir e não ver o lado do altar. Concluímos com o pequeno teatro com seis filas de plateia para 48 pessoas. O cenário em relevo, repleto de flores, mostra em fundo uma reprodução da fachada. 


Tivemos ainda a sorte de ver a cava antiga e cheirar a aguardente velha, só o perfume uma delícia!



Não tivemos oportunidade de visitar a cave do Alvarinho sendo o período que mais se trabalha a seguir as vindimas, para não incomodar o pessoal que lá esta a tratar de fazer o vinho.



Reflexão da formanda Patrícia Vilas

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